ESQUEÇA TUDO O QUE EU DISSE...

Consciência
Na ausência de uma total devoção pelo outro torna-se impossível cumprir o ideário da educação consciente, isto através dos postulados do aprender a ser, aprender a fazer, aprender a conhecer, aprender a questionar e, sobretudo, aprender a dar e a receber.
Sobre isto, dando ênfase ao que de mais simples há na obsessão de se ser humano, Agostinho da Silva lembra:
“Do que você precisa, acima de tudo, é de se não lembrar do que eu lhe disse; nunca pense por mim, pense sempre por você; fique certo de que mais valem todos os erros se forem cometidos segundo o que pensou e decidiu do que todos os acertos, se eles forem meus, não são seus. Se o criador o tivesse querido juntar muito a mim não teríamos talvez dois corpos distintos ou duas cabeças também distintas. Os meus conselhos devem servir para que você se lhes oponha. É possível que depois da oposição, venha a pensar o mesmo que eu; mas, nessa altura, já o pensamento lhe pertence. ”[1].
A este propósito, certo dia, durante uma das minha infindáveis viagens de comboio, a conversa foi por esse lado e alguém me disse: “Gosto dessa linha de pensamento. Então, somos o que aprendemos errando?”.
Imaginando-me Agostinho, respondi: não sei se estamos de acordo, contudo, honra lhe seja feita, compreendeu a mensagem. Pensou com a sua cabeça e não com a minha. Parabéns! Esta era a dimensão maior de Agostinho da Silva. Esse é um espaço que falta, infelizmente, nas nossas escolas. O de pensar por si p