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De Marx a Market...


Bem-estar Organizacional

Os dias puseram-se a caminhar e assim fomos crescendo, feitos de histórias nascidas de um tempo passado em conversas com Galeano, entre Karl Marx e Thomas Piketty. Ora, acontece que também dentro e fora das empresas, dos ministérios, das famílias não somos apenas átomos, mais que isso, somos o resultado das nossas ideias fixas, de crenças limitantes, de valores milenares, etc. Será portanto fundamental reter a ideia que somos construídos a partir do imaterial.


Dizia eu não somos apenas átomos. Schopenhauer, o filosofo, teimou que “ o homem pode fazer o que quer mas não poder querer o que quer”... Primeira conclusão, o mercado não vai por si mesmo. Adam Smith bem avisou que poderia haver abusos... Niels Bohr, pai do modelo atómico e eminente matemático, foi mais longe neste entendimento, desassossegando-nos ao lembrar que “o oposto de uma afirmação correta é uma afirmação falsa. Mas o oposto de uma verdade profunda pode ser outra verdade profunda.”. Segunda conclusão, a propósito do que realmente importa sabemos muito pouco. Por que seria diferente com a economia? E a ciência económica, meu Deus - perguntarão alguns.


O modelo científico tem dois momentos. Primeiro preocupa-se em provar a existência do fenómeno. Num segundo passo, geralmente mais lento, a atenção vai para a explicação desse mesmo fenómeno. Em economia nem sempre se segue esta ordem... Depois eu pergunto, insistentemente, face à força dos lobbies onde entra a ciência em Wall Street?


A alma da relação

Paolo Gallo, responsável pelos recursos humanos do World Economic Forum, defendeu recentemente“ A PRIMEIRA FERRAMENTA PARA REPENSAR O SUCESSO PASSA POR REVER O VALOR DAS RELAÇÕES.”


As relações não são algo totalmente intencional. Estando tantas vezes para além do próprio consentimento humano resultam de uma leitura intuitiva, inconsciente, ... Ás vezes, por modos de sentir, por modos de olhar, por modos de estar com o outro. Porque seria diferente na economia? Querem ver...


Duas pessoas encontram-se e conversam. Cada uma tinha uma nota de 5 Euros no bolso. Quando se despedem cada uma leva apenas uma nota; a sua. Se, duas pessoas se encontram e cada uma tiver duas ideias, conversam e, quando se despedem, cada uma leva consigo quatro ideias. Não raras vezes, quando duas pessoas se encontram nasce, numa outra dimensão, uma terceira entidade a que chamo a alma da relação. É aqui que temos de investir na empatia. E, porque ficariam as relações de consumo fora desta lógica?


Neste infindável desconversar há, então, algo maior que nos une. E, esta é uma realidade que as teorias económicas tem vindo a ignorar ao longo da história, indo até ao brutal acanhar da humanidade face aos indicadores financeiros, estatísticos, estudos de mercado, etc. Note-se que o comportamento humano, num mundo global interconectado, é cada vez mais imprevisível.


As relações baseadas unicamente em recursos materiais não garantem laços tão fortes quanto o investimento na alma da relação. A tentativa de transformar o mundo a partir do dinheiro, das armas,..., está a manifestar-se falha de espírito, em especial, junto das novas gerações...


Sem forma, tempo ou espaço, esta ligação anímica é a força capaz de nos devolver à dimensão empática das relações profissionais. Esta sensação, uma vez manifesta, agrega maior proximidade, confiança e segurança. E, isto é tudo o que compramos e vendemos na atualidade.


Revolução Suave

Tudo tem origem no amor ou no medo. Eles controlam e criam os nossos pensamentos, palavras e ações. Hoje, a economia ocidental vive do lado do medo; é certo... A decisão de mudar compete só a nós. Acredito que hoje será o dia mais indicado para começar a pensar nas consequências do que não temos feito.


A mudança depende do nosso compromisso com a memória assim como a transformação está refém de um tempo de novos exemplos. Só dessa forma o futuro deixará de ser uma mera desculpa... Por que seria diferente na economia?

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