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AUTENTICIDADE EM CONTEXTO PROFISSIONAL


Bem-estar Organizacional

O destino de todos o seres sencientes é a autonomia. Essa é a nossa verdadeira natureza. Nas organizações, nas salas de aula, nas família reabilitar o que acabo de afirmar é, ainda, mais urgente. Pergunta para “1 milhão de dólares” : como devolver a autenticidade às relações humanas em contexto profissional?


Para que tal seja possível eu não devo ser vários. O Paulo na família, o Paulo para os amigos, o Paulo no emprego, o Paulo na escola, etc. E, por vivermos em contra mão estamos doentes. Por isso estamos cansados de ir para o trabalho, para escola,... Falta-nos, afinal, ser inteiros!


Já aqui referi que, em especial no âmbito organizacional, não existe paz, serenidade, felicidade sem a prática de “estar ao serviço”. Tal só é possível de forma autêntica. Se não for “realmente você” que se levanta todos os dias para ir trabalhar não vá. Despeça-se já! Mas, antes de tomar tal decisão leia este artigo até ao final. São só mais dois ou três minutos, isto permitir-lhe-á entender que há, ainda, muito a fazer.


Nada do que é nosso, nada do que somos, está presente sem a necessária autonomia e dignidade. O tempo passado nas organizações é, também ele, espaço de mudança, evolução e transformação humana. Daí a importância da autenticidade nos dias ali vividos.


Por via disso mesmo, o mundo dos negócios só será justo no dia em que o sucesso for medido pela confiança, proximidade e segurança nas relações entre todos os públicos. Se quisermos pelo bem-estar organizacional. Não mais, exclusivamente, pelo crescimento económico. Então, o que compramos e vendemos será fortalecido por relações duradouras, porque autenticas. O mesmo se passa já com o que damos e recebemos. Logo, mais que desejável é possível ser como aqui afirmo.


Por tal motivo se torna essencial, em especial nas organizações, sermos especialistas em relações conscientes. Isto será o mesmo que dizer relações plenas.


As vantagens são evidentes em termos relações humanas. Quando nos transportamos para um nível de consciência mais elevado, como no caso da dimensão da autenticidade, somos remetidos para um outro sentido de compromisso, responsabilidade e satisfação, perante nós próprios e os outros. Isto pacifica-nos, trazendo serenidade aos nossos vínculos, tornando-os mais duradouros, elevando a nossa lucidez, propiciando maior bem-estar nas organizações.


Mas, ser genuíno não será, por exemplo, dizer tudo o que se pensa. Não! Isso, também nas organizações, chama-se má educação, falta de consideração pelo próximo, tantas vezes um claro sinal de puro egoísmo. Ser autentico é aumentar a humildade e a compaixão, ou seja, ser quem somos, como nos vemos, como nos sentimos e isto pouco tem a ver com a forma como gostaríamos que os outros fossem.


Costumo dar como exemplo de autenticidade a relação que tenho com os meus filhos. Lembro-lhes, frequentemente, que ando há mais de 50 anos a aprender a ser criança. Eles reconhecem em mim essa inocência, a boa disposição, a espontaneidade, o entusiasmo e o espírito de aventura comum a qualquer um deles. A herança que lhes deixo é, unicamente, um exemplo de autenticidade e comprometimento com a minha origem. A vida é, afinal, uma eterna criança...


Para as organizações costumo propor a prática de conciliação através da escrita. Uma carta de gratidão ou uma carta de perdão. Estes são instrumentos de transformação por excelência. Podem ser escritas para o interno mas, igualmente, para todos os públicos relacionais. Quem as escreve ganha em autenticidade. Elas, as cartas, também nos permitem perceber que nada é permanente. Através deste exercício poderemos libertar-nos de culpas, de crenças limitantes, da mágoa mais profunda, etc...


Por exemplo, a mesquinhez e o stress deixam de ter lugar nas nossas vidas quando nos colocamos num nível de pensamento mais nobre. Assim trabalhamos a confiança, a atenção ao próximo e os nossos próprios valores. As cartas de gratidão, as cartas de perdão, o “storytelling”, de entre outros processos de libertação em grupo, ajudam à prática da autenticidade. Por que seria diferente nas organizações?


Não poderei estar em paz, viver de forma serena, ser feliz se, também no tempo passado no trabalho, não me for concedida a possibilidade de ser autentico. Ser genuíno devolve-nos à legitimidade dos aspectos que considerei como fundamentais nas relações humanas, evidenciando-as como fatores determinantes de sucesso nos negócios, i.e. a confiança, a proximidade e a segurança nas relações.


Penso que concordará comigo. Há, ainda, muito a fazer na construção de relações autenticas na vida profissional e privada. Por que haveria de se despedir, afinal...

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